domingo, 23 de novembro de 2014

ARGONAUTAS DO PACÍFICO OCIDENTAL

Bronislaw Malinowski foi um antropólogo inovador para seu tempo e um dos fundadores da antropologia social, trazendo outras formas de entender “o outro”. Foi fundador da escola funcionalista e deve seu funcionalismo a influência das obras de Durkheim. A partir de 1915, Malinowski decide se instalar na Nova Guiné para estudar os nativos. A obra do antropólogo relata sua experiência entre os nativos das ilhas Trobriand e o Kula, uma prática intertribal de comércio e troca de mercadorias. Os estudos de Malinowski não são limitados apenas em relatar e descrever o Kula, mas traz uma nova abordagem etnográfica moderna e inaugura a observação participante.

O FUNCIONALISMO: o conceito de função aparece como instrumento que permite reconstruir os dados aparentemente caóticos que se oferecem à observação de um pesquisador de outra cultura.

OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE: Malinowski passou a conviver com os nativos permanentemente na aldeia aprendendo a língua nativa. Instaurou a observação direta que só é possível através da convivência diária, da capacidade de entender o que está sendo dito e de participar de conversas e acontecimentos na vida da aldeia. O fundamento dessa técnica reside num processo de “aculturação” do observador que assimila categorias inconscientes que ordem o universo culturalmente investigado. Dessa maneira, atinge-se intuitivamente a realidade por meio de sua vivência da situação da pesquisa.

O trabalho etnográfico só terá valor científico irrefutável se nos permitir distinguir claramente os resultados da observação direta, das declarações e interpretações nativas através das inferências do autor, buscadas no seu próprio bom senso e intuição psicológica.
A melhor solução para os problemas era coletar dados concretos e assim fazer um recenseamento da aldeia: genealogias, desenhos, etc.

3 princípios metodológicos:
1.       O pesquisador deve possuir dados genuinamente científicos e conhecer os valores e critérios da etnografia moderna.
2.       O pesquisador deve assegurar boas condições de trabalho, o que significa viver com o grupo.
3.       Aplicar certos métodos especiais de coleta, manipulação e registro de evidência.

O etnógrafo deve apresentar a anatomia da cultura e a constituição social, deste material deve cobrir o maior número de fatos sendo uma das principais fases da pesquisa.

QUADRO SINÓTICO - deverá constar tudo o que fazem na comunidade, presentes, adereços, incluindo sua definição econômica, sociológica e cultural. Além dos quadros sinóticos são documentos fundamentais da pesquisa etnográfica: o recenseamento genealógico, mapas, esquemas e diagramas ilustrando a posse de terra, o cultivo, os privilégios da caça e pesca, etc.
MÉTODO DE DOCUMENTAÇÃO POR ESTATÍSTICA DE EVIDÊNCIA CONCRETA – cada fenômeno deve ser estudado com o maior número de exemplos possíveis e detalhado exaustivamente.

IMPONDERÁVEIS DA VIDA REAL – série de fenômenos de suma importância, como: alimentação, vestuário, conversas, conflitos, laços de amizade. Para registrar os aspectos imponderáveis da vida real a subjetividade do observador interfere de modo marcante. Para isso, o diário de campo é essencial. Também é possível participar das atividades do grupo pesquisado. 

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