Bronislaw Malinowski foi um
antropólogo inovador para seu tempo e um dos fundadores da antropologia social,
trazendo outras formas de entender “o outro”. Foi fundador da escola
funcionalista e deve seu funcionalismo a influência das obras de Durkheim. A partir
de 1915, Malinowski decide se instalar na Nova Guiné para estudar os nativos. A
obra do antropólogo relata sua experiência entre os nativos das ilhas Trobriand
e o Kula, uma prática intertribal de comércio e troca de mercadorias. Os estudos
de Malinowski não são limitados apenas em relatar e descrever o Kula, mas traz
uma nova abordagem etnográfica moderna e inaugura a observação participante.
O FUNCIONALISMO: o conceito de função aparece como instrumento que
permite reconstruir os dados aparentemente caóticos que se oferecem à
observação de um pesquisador de outra cultura.
OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE: Malinowski passou a conviver com os
nativos permanentemente na aldeia aprendendo a língua nativa. Instaurou a
observação direta que só é possível através da convivência diária, da capacidade
de entender o que está sendo dito e de participar de conversas e acontecimentos
na vida da aldeia. O fundamento dessa técnica reside num processo de “aculturação”
do observador que assimila categorias inconscientes que ordem o universo
culturalmente investigado. Dessa maneira, atinge-se intuitivamente a realidade
por meio de sua vivência da situação da pesquisa.
O trabalho etnográfico só terá
valor científico irrefutável se nos permitir distinguir claramente os
resultados da observação direta, das declarações e interpretações nativas
através das inferências do autor, buscadas no seu próprio bom senso e intuição
psicológica.
A melhor solução para os
problemas era coletar dados concretos e assim fazer um recenseamento da aldeia:
genealogias, desenhos, etc.
3 princípios metodológicos:
1. O
pesquisador deve possuir dados genuinamente científicos e conhecer os valores e
critérios da etnografia moderna.
2. O
pesquisador deve assegurar boas condições de trabalho, o que significa viver
com o grupo.
3. Aplicar
certos métodos especiais de coleta, manipulação e registro de evidência.
O etnógrafo deve apresentar a
anatomia da cultura e a constituição social, deste material deve cobrir o maior
número de fatos sendo uma das principais fases da pesquisa.
QUADRO SINÓTICO -
deverá constar tudo o que fazem na comunidade, presentes, adereços, incluindo
sua definição econômica, sociológica e cultural. Além dos quadros sinóticos são
documentos fundamentais da pesquisa etnográfica: o recenseamento genealógico,
mapas, esquemas e diagramas ilustrando a posse de terra, o cultivo, os
privilégios da caça e pesca, etc.
MÉTODO DE
DOCUMENTAÇÃO POR ESTATÍSTICA DE EVIDÊNCIA CONCRETA – cada fenômeno deve ser
estudado com o maior número de exemplos possíveis e detalhado exaustivamente.
IMPONDERÁVEIS DA
VIDA REAL – série de fenômenos de suma importância, como: alimentação,
vestuário, conversas, conflitos, laços de amizade. Para registrar os aspectos imponderáveis
da vida real a subjetividade do observador interfere de modo marcante. Para isso,
o diário de campo é essencial. Também é possível participar das atividades do
grupo pesquisado.
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