sábado, 8 de dezembro de 2012

Sinônimos para mórbido



Proposição: a minha é negativa e exprime sentido sem sentir.
Argumento: o meu é não apresentar razões.
Indução: inferência a dois.
Linguagem: o que vale mesmo é o significante.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A última badalada do Kolokol

Nietzsche pergunta para Marx:
- Como você come macarrão?!
Enrolado e desiludido, Karl responde:
- E você?! Como toma sopa?!
Marx derruba o garfo, desiste do macarrão. Viva a desilusão!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Pesquisa antropológica no Morro do Vidigal _ RJ

























Flora Ardenghi Dutra é jornalista, mestranda em Comunicação Midiática pela Universidade Federal de Santa Maria e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS). É também escritora e se prepara para lançar seu primeiro romance “O Estranho e A Jornalista” pela Editora Multifoco do Rio de Janeiro. Sua última série fotográfica foi realizada em Montevidéu no Uruguai sendo publicado pela revista cultural O Viés (disponível em http://www.revistaovies.com/colaboradores/2012/05/o-teatro-solis-por-flora-dutra/).

terça-feira, 31 de julho de 2012

(Arthur Rimbaud)


Elle est retrouvée!
 Quoi? L' éternité.
C est la mar mêlée
 Au soleil

Mon âme éternelle,
Observe ton voeu
Malgré la nuit seule
Et le jour en feu.

Donc tu te dégages
Des humains suffrages,
Des communs élans!
Tu voles selon...

— Jamais l' ésperance.
 Pas d' oríetur.
Science et patience,
Le suplice est sur.

Plus de lendemain,
Braises de satin,
        Votre ardeur
    C' ést le devoir. 

Elle est retrouvée!
— Quoi? — L' éternité.
C' est la mer mêlée
 Au soleil.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Além de um traço

BARCO DA ILUSÃO

Lá, onde a ilusão não chega e a imaginação dorme. É lá, nesse mar que o amor balança sem distância nem voz. E é também lá que eles moram. Moram os que falaram algo que ficou no traço-espaço, na vez da história, na filosofia morta-viva.
Nesse barco eles levam, ideais, verdades e mentiras, carregam os medos e esperanças dos que desistiram de pensar, refletir e atuar.


O barco da ilusão, da palavra sem solução, do problema sempre em ação.
E nesse sol que nunca dorme a areia queima os olhos. Nem o balanço das ondas faz os pensamentos flutuarem.

Vem, desiste desse ideia, vamos brindar a decadência das esquerdas e reverter a configuração das barbas.



ENROLADO DESILUDIDO

Sem dizer que nada sei e dizendo que tudo posso venço o que se perde nas linhas inimigas.
Manifesto a troca como semi-morta e socializo o abandono em comum acordo idealizado no leito de morte.
O preço da comida, da vida, da tirania. Nem garfo nem faca, só um empanado.




Como Marx comia macarrão? Suas ideias, ações. Sem reação e dissimulação. Discursos, frases e nada de fatos. Acabar com a burguesia e vibrar na freguesia. Nem sei mais quem dá as ordens, só vivo na desordem. Caos, caos pragmático, dialético, antagônico. Quase um caos ordenado em vibrações do cosmos para a queda. Queda de quem? Nada cai e o nada só cresce: o vazio, a pobreza, a violência, a ignorância. Cai o amor, a vergonha, o descaso. A vida cai, a morte ganha. A barba perde a cor e branca desfalece. Anoitece, Marx derruba o garfo, desiste do macarrão. Viva a desilusão.



ON THE ROAD

Épocas, fases, lutas, guerras, tiros, sangue, a rua ainda está vazia. As janelas estão fechadas, a estrada ainda está aberta.






Sim, se todos fossem passear, as ruas não estariam vazias. Vai para esquerda-direita, o outro vai para centro-esquerda, alguns ficam só pela direita e outros, perdidos, vão pela esquerda. Os revoltados ficam na Igreja e os loucos sobem pela rua da Democracia. Marx no barco da ilusão, não tem espaço na estrada sem centro. Ficam as máquinas que decidem ou não se haverá água na história geral. Sem pontos ou sentidos, os significados vão se unindo, chega ao ápice do significante e desviante vai para qualquer esquina.



NIETZSCHE NA ESQUINA


Se o problema da interpretação é a acomodação, decifre o bastante para não se perder sem o mapa. Se a adequação do problema persistir, consulte a vontade. Não perca o fenômeno de vista da vida nem procure na metafísica o erro crucial.




Como Nietzsche tomava sopa? Se a angústia persistir no abismo da vida, pegue a colher. Nem ele nem Marx cortavam o bigode, nenhum dos dois faziam rebeliões. Interno, nem um pouco fraterno. Até onde vai o Super Homem? Se alguém roubar a fórmula da vontade de potência o que desacelera? Só causa desgaste, doença, fome. Nem uma colher de sopa salva. Chamem Zaratustra, sempre um mau sinal. (Diria Kafka "O Artista da Fome")



ZARATUSTRA QUER MOLHO


Se a potência autêntica ficou em Marx e Nietzsche resta a forma superior do silêncio. O Super Homem não voa mais, os bigodes já bloquearam a passagem da alimentação e restou a inanição. Nem sinais vitais sobre a fome resistirão. O silêncio que alimentará o futuro. Zaratustra degusta a sopa de letras e pede o macarrão. Sinaliza que aumentem o molho. Vermelho.


Nem vontades moldadas no século passado são capazes de apagar o traço e parar o balanço dos pensamentos de pensadores que nunca pensaram juntos. Que o local nunca seja global e que as marcações venham das meditações e reflexões. Que a teoria das ideias não se venda para a teoria dos mercados. E que a capitalização não seja a perdição para a inflação e aumento do preço dos molhos vermelhos. Zaratustra degusta do molho vermelho. Cor sangue-vivo.


terça-feira, 3 de julho de 2012

A Gaita

Ela quase não toca, finge que exporta
Se tudo fosse desconstruído e virasse líquido?
Tão onipresente que exorta

Princesa de uma matéria só
Sem sol nem clave
Rolou a chave, presa que dó

A gaita quase não toca, quase morta
Nem som nem luz. Oh, Princesa da morbidez
Nem diz que um dia foi feliz

E a Princesa que uma matéria só, uma vírgula só
Quase não toca a gaita de dó maior
E norte ou sul, ela vira líquido, Liz

Liz de Gaia com gaita!

domingo, 27 de maio de 2012

Sinônimos para Mórbido

SÉRIE EU, AGORA 
Palavra muito usada para retratar coisas soturnas, assustadoras ou fora do padrão de normalidade



Sinônimos 1: vultuoso, soturno, parado, triste


Sinônimos 2: enfermo(a), fraco(a), viciado(a), doentio(a)


Antônimos 0: pacífico, sereno, alegre



Palavras relacionadas: morte, saúde, anormalidade. Sem regras, conceitos, palavra-chave.

sábado, 26 de maio de 2012

Garcia Lorca


Nem sobre o peso da última flor da morte teu amor é esquecido
Nem com tanto descaso tuas cartas foram lidas
Vida, morte, poesia e arte
Tuas palavras deram vida aos meus fantasmas
Teu violino ecoa ainda no meu coração, fragmentado
Em tuas peças gritam a minha multidão
Em tuas mãos glorifica a Pátria, a liberdade
Espanha, apanhado
Fascismo dos corvos, pretos, cinzas, pratas

Teu amor nas oliveiras, no descanso, na paz.

Amor de minhas entranhas, morte viva, 
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de kordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura
(GL)

sexta-feira, 2 de março de 2012

Os meus vazios cheios

De tanta filosofia quero água morna Correr na grama para longe de gente morta Invisíveis olhos negros, pérolas negras Me levem daqui, lon...