domingo, 20 de junho de 2010

Dissonante Uníssono

Quando tudo parecer partir em migalhas, a voz não se fizer escutar, estará na linha dos extremos.

Quando o nada reviver no passado de glórias pensará no por vir de outrora.
A lua pede um pouco de glória massacrada. O verde estrelado, prateado, o nunca de agora.
Aos que vivem sem vontade, há clemência na sinceridade morta, rascunho em branco de uma vida sem história.
Quando tudo parecer o que deveria nascer, soletro a insanidade aguda das palavras caladas, decifro a mente dos inquietantes literários mortos.
Quando tudo indica nada indicar, mostro a curva da estrada que insiste em não levar a criança perdida.
As guerras do globo de cima, aos lobos do globo debaixo, ao gelo do globo de cima, ao calor do globo debaixo. Luz e trevas acompanharão os que deixaram de ser ontem.
Quando tudo parecer velho mostre a flor.
E quando a flor parecer morrer mostre a terra.
E quando a terra não existir mais, somente haverá o céu e as estrelas.
Quando tudo desaparecer dessa vida, apenas lembre-se da existência dos famintos.
E quando famintos não estiverem mais, brinde a água, a fonte, a correnteza que leva.
E se nada mais levar nessas linhas, acerte as vírgulas e os pontos.
Os pontos que ditam o final, a pausa, o engano, a verdade.
Acerte tudo que puder, acerte todos os pontos e ganhe pontos.
E se o final vier com erros, conviva com as arrumações de uma vida escrita.
E se não souber perdoar, reviva e revire a alma.
E quando tudo não passar de alma, você ainda estará vivo sobre o tom.

5 comentários:

Pablo Treuffar disse...

Muito bom o seu escrito, muitas vezes é assim.

Outras...

Desse jeito:

Pior que não saber perdoar é não saber ser perdoado. Muitas pessoas têm mais dificuldades em serem perdoadas.

Bjs e SORTE pra ti

CoisasdeMaria disse...

Oiii
Só passei p deixar um bj.

bjosss

Jeferson Cardoso disse...

O perdão é uma decisão. Mas o orgulho muitas vezes barra.
Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com

Unknown disse...

vamo embora ...lá tudo é inpiração

Marcelo Novaes disse...

Flora,


Liturgia das horas enfermas.

[é o título de um texto meu, mas bem se aplica a esta "oração (por) sobre o cataclisma"].





Um beijo.

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De tanta filosofia quero água morna Correr na grama para longe de gente morta Invisíveis olhos negros, pérolas negras Me levem daqui, lon...