domingo, 23 de novembro de 2014

O 18 BRUMÁRIO DE LUÍS BONAPARTE

A obra discorre sobre os acontecimentos que ocorrem entre 1848 a 1851, na França, que levaram o golpe de Estado de Luís Bonaparte, e se tornou Imperador.
Nesse trabalho são desenvolvidas teses fundamentais do materialismo histórico:
- a teoria da luta de classes e revolução proletária
- a Doutrina do Estado
- a ditadura do proletariado

O método adotado por Marx para interpretar e entender o Estado francês é a análise histórico-sociológica do momento vivido. A análise coloca no centro o conflito de classes. De um lado o Estado representado por Luís Bonaparte que dá o golpe e conquista o poder sobre o povo e do outro lado a burguesia que mantém seu poder sobre as demais classes.
 Os camponeses e a pequena burguesia se unem para reivindicar os problemas sociais considerados utópicos e surge a Insurreição de Junho. A Insurreição de Junho foi a primeira grande guerra civil da Europa entre o proletariado e a burguesia. Mais de 15 mil insurretos foram deportados sem julgamentos e mais de 3 mil foram mortos. Depois deste episódio o proletariado saiu da cena revolucionária.
Nesse meio tempo os camponeses aderiram a Luís Bonaparte.
Esta obra busca entender os conflitos, interesses de classe, as disputas entre partidos, personalidades burguesas e o proletariado.  Destaca-se o plano simbólico para o desenrolar de fenômenos sociais e em específicos os processos de dominação.

O mais interessante é que Marx propõe uma análise classista da política, mas não reducionista. Esta aparece em quatro momentos distintos da obra.
1.       Grupos políticos sem base produtiva: são advogados, escritores, fiscais que não constituem classe social na acepção marxista.
2.       A representação simbólica da classe: segundo Marx, os republicanos não eram burgueses por causa do vínculo econômico, mas sim porque partilhava uma visão de mundo comum, uma ideologia.
3.       A autonomia do Estado e sua função de classe: para Marx as revoluções aperfeiçoavam a máquina do Estado em vez de destruí-la. O estado cumpre a função objetiva de garantir a ordem material da sociedade.
4.       A dialética das formas políticas: as classes aparecem como atores que agem racionalmente. São as classes que buscam adaptar-se as condições políticas.


TRÊS MANEIRAS DE OPERACIONALIZAR A ANÁLISE DE CLASSE.
1.       A representação objetiva de classe que se faz por meio de um Estado autônomo.
2.       A representação simbólica de classe que é portadora dos interesses de classe.
3.       A representação subjetiva de classe indicando os atores na cena política.


Em 18 Brumário Marx seguiu duas formas de operacionalizar a classe como ator político através da representação simbólica e subjetiva. 

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