A obra discorre sobre os
acontecimentos que ocorrem entre 1848 a 1851, na França, que levaram o golpe de
Estado de Luís Bonaparte, e se tornou Imperador.
Nesse trabalho são
desenvolvidas teses fundamentais do materialismo histórico:
- a teoria da luta de classes
e revolução proletária
- a Doutrina do Estado
- a ditadura do proletariado
O método adotado por Marx para interpretar e entender o
Estado francês é a análise histórico-sociológica do momento vivido. A análise
coloca no centro o conflito de classes. De um lado o Estado representado por
Luís Bonaparte que dá o golpe e conquista o poder sobre o povo e do outro lado a
burguesia que mantém seu poder sobre as demais classes.
Os camponeses e a
pequena burguesia se unem para reivindicar os problemas sociais considerados
utópicos e surge a Insurreição de Junho. A Insurreição de Junho foi a primeira
grande guerra civil da Europa entre o proletariado e a burguesia. Mais de 15
mil insurretos foram deportados sem julgamentos e mais de 3 mil foram mortos. Depois
deste episódio o proletariado saiu da cena revolucionária.
Nesse meio tempo os camponeses aderiram a Luís Bonaparte.
Esta obra busca entender os conflitos, interesses de
classe, as disputas entre partidos, personalidades burguesas e o proletariado. Destaca-se o plano simbólico para o desenrolar
de fenômenos sociais e em específicos os processos de dominação.
O mais interessante é que Marx
propõe uma análise classista da política, mas não reducionista. Esta aparece em
quatro momentos distintos da obra.
1. Grupos políticos sem base produtiva:
são advogados, escritores, fiscais que não constituem classe social na acepção
marxista.
2. A representação simbólica da classe:
segundo Marx, os republicanos não eram burgueses por causa do vínculo
econômico, mas sim porque partilhava uma visão de mundo comum, uma ideologia.
3. A autonomia do Estado e sua função de
classe: para Marx as revoluções aperfeiçoavam a máquina do Estado em vez de
destruí-la. O estado cumpre a função objetiva de garantir a ordem material da
sociedade.
4. A dialética das formas políticas: as
classes aparecem como atores que agem racionalmente. São as classes que buscam
adaptar-se as condições políticas.
TRÊS MANEIRAS DE
OPERACIONALIZAR A ANÁLISE DE CLASSE.
1. A
representação objetiva de classe que se faz por meio de um Estado autônomo.
2. A
representação simbólica de classe que é portadora dos interesses de classe.
3. A
representação subjetiva de classe indicando os atores na cena política.
Em 18 Brumário Marx seguiu
duas formas de operacionalizar a classe como ator político através da
representação simbólica e subjetiva.
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