terça-feira, 2 de novembro de 2010

Marta Morte Mar

No lugar que habitava fica a cadeira e um velho jantar
O jantar está podre, mofado, cheirando mal.
O mal. Morte.
E se o mal se transformasse em alguém que não possui a morte?
Assim é Marta. Morte. Marte. Mar. Morto.
Jantar eterno.

A geladeira emite ecos sombrios.
Meia luz é de total pânico.
A trilha sonora de Chopin faz arrepiar os mortos-vivos.
No lugar que Marta habitava somente há cadeiras.
Baixas e vermelhas, iguais ao sangue da morte no jantar servido.
O jantar está com vermes e há vida se mexendo, se retorcendo em meio ao prato branco.
A cozinha está vazia.
A sala está vazia.
O som está ligado e Chopin está no replay.
Não há ninguém para comer.
Os vermes comem o jantar da morte.
Tudo acabou e não há ninguém.

O vinho apodreceu e não houve salvação.
Não há ninguém para culpar.
Não há ninguém para morrer.
Não há ninguém para viver.
Só há Chopin tocando a morte.

Marta Morte Além-Mar.

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