domingo, 20 de junho de 2010

Dissonante Uníssono

Quando tudo parecer partir em migalhas, a voz não se fizer escutar, estará na linha dos extremos.

Quando o nada reviver no passado de glórias pensará no por vir de outrora.
A lua pede um pouco de glória massacrada. O verde estrelado, prateado, o nunca de agora.
Aos que vivem sem vontade, há clemência na sinceridade morta, rascunho em branco de uma vida sem história.
Quando tudo parecer o que deveria nascer, soletro a insanidade aguda das palavras caladas, decifro a mente dos inquietantes literários mortos.
Quando tudo indica nada indicar, mostro a curva da estrada que insiste em não levar a criança perdida.
As guerras do globo de cima, aos lobos do globo debaixo, ao gelo do globo de cima, ao calor do globo debaixo. Luz e trevas acompanharão os que deixaram de ser ontem.
Quando tudo parecer velho mostre a flor.
E quando a flor parecer morrer mostre a terra.
E quando a terra não existir mais, somente haverá o céu e as estrelas.
Quando tudo desaparecer dessa vida, apenas lembre-se da existência dos famintos.
E quando famintos não estiverem mais, brinde a água, a fonte, a correnteza que leva.
E se nada mais levar nessas linhas, acerte as vírgulas e os pontos.
Os pontos que ditam o final, a pausa, o engano, a verdade.
Acerte tudo que puder, acerte todos os pontos e ganhe pontos.
E se o final vier com erros, conviva com as arrumações de uma vida escrita.
E se não souber perdoar, reviva e revire a alma.
E quando tudo não passar de alma, você ainda estará vivo sobre o tom.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Periférico Isotônico

De uma química elétricamente carregada ela faz o balanço da praça mexer
Das moléculas que repartem a solidão no vento faz a Terra tremer
Ânions, cátions
Perde-se o tudo e o nada nesse íon de idas
Cargas positivas? Nem aqui nem na China
Só barriga da Iana faminta
Qual átomo perde elétrons?
Os elementos químicos só na esquina da periferia
Ionização sem noção
Na casinha dela só radiação alfa, todo carregamento das energias
Plasma, não TV
Gás ionizado
Valores que não são constantes - perféricos amantes
A relação é afetada pela química
Iana Íon
Tabela periódica na mesa, filho na cadeira
Parteira - raio atômico
No suor do nascimento
Maltodextrina

domingo, 13 de junho de 2010

Feliz Dia dos Ex-Namorados

Eu lembro quando eu brincava na cozinha de fazer comida e saia arroz sem sal
De quando preparava suco e esquecia do açúcar
Do cheiro de queimado do feijão na panela de barro.

Lembrar e relembrar e dar vivência a paciência de querer voltar
é ser sábio em calar.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Motivação ao nada

Sinto que como sou o que não fui ainda, eu não motivo ninguém a nada.
Acordo em lágrimas e molho o travesseiro amarelo.
Acordo embriagada de solidão e me desespero em busca de mais nada.
Pálido Ponto Azul.
Paris
Londres
Milão
Medellín
Ushuaia
Tantas cidades e eu aqui, você ai com seu não.
Muda? Não.
Me dizer sim ou não é algo que não vale, nem ticket paga.
As tuas linhas de expressão eu vejo por fotos e o meu desejo era caminhar na praia contigo
Peço perdão se mesmo assim não motivo
Motivo tive eu pra te dizer que mais uma vez eu perdi de mim mesma.


quarta-feira, 2 de junho de 2010

Paralaxe (Slavoj Zizek)

É muito difícil pensar em Paralaxe sentada escutando o motorista falar sobre como trocar o óleo do carro ou sobre o ar condicionado que pifou.
Óleo mineral, óleo sintético.
Grêmio perdido, fundido.
E sobre os tanques as purezas adicionadas, as sujeiras de 20 mil KM, como uma artéria entupida sem reservas.

(o motorista diz)
- Vale um aditivo ou uma Coca Light.

Ponteiro estragado ou indivíduo pós-traumático. Multa para todos.
Apreensão e remoção.
Marx e Engels
Angel of Harlem
Help me

Dê-me um carro bicombustível
2 corações
Eu quero uma explicação
Canudos
Vila Nova
Cheque de 2005 sem fundos

O celular do motorista vibra, ele lê a mensagem:
" A banda Kiss volta ao Brasil depois de 10 anos, para se apresentar em São Paulo, na Arena Skol Anhembi, no dia 7 de abril " ---> dia do jornalista

Explosão, retrospectivas que não valem na virada
Se estragou, arquivou
Mecânico, caixão, morte, pós-vida, combustão

Vou morar na lua. O sol já queima.
A filosofia não tem respostas para tudo mas tenta entender as perguntas.
A pessoa que você ama - conjunto de todas as coisas vivas e não vivas.

MEIO AMBIENTE

(use catalisador e silenciador)

Slavoj Zizek diz "teremos de inventar novas formas de ações coletivas, ou receio que nos aproximemos de um mundo muito triste. onde a natureza será destruída, onde teremos novas comunidades confinadas, apartheid, e a humanidade estará cada vez mais dividida "

Os meus vazios cheios

De tanta filosofia quero água morna Correr na grama para longe de gente morta Invisíveis olhos negros, pérolas negras Me levem daqui, lon...